Antes de mais nada, vale dizer que “virose” se refere a toda infecção por vírus – ao pé da letra – porém, os médicos utilizam o termo para falar das gastroenterites virais.
“No inverno, ficamos mais próximos e em ambientes fechados, o que facilita a transmissão, que ocorre por gotículas de saliva”, explica o médico Eduardo de Medeiros. Os vilões dos resfriados são o rinovírus, o vírus sincicial e o adenovírus, entre outros. Repouso e hidratação são os principais recursos terapêuticos disponíveis.
A primeira parada do vírus é o estômago. Ele irrita as paredes do órgão, o que desata a vontade de vomitar. Logo em seguida, o invasor desce para o intestino. “Por lá, prejudica algumas células e dispara a secreção de líquidos e sais minerais, que vão embora na diarreia”, ensina a gastroenterologista Marcia Wehba Cavichio.
O diagnóstico da virose depende do relato do indivíduo: não há necessidade de fazer exames de sangue ou de imagem. “Descobrir o tipo de vírus que está atacando, o que seria possível por meio de um teste laboratorial, não vai influenciar a evolução do quadro ou o tratamento”, esclarece o médico Eduardo Alexandrino de Medeiros, presidente da Sociedade Paulista de Infectologia.
Portanto, não estranhe se você sair do consultório com apenas recomendações básicas – não tem por que tomar antibióticos, por exemplo, uma vez que eles atuam contra bactérias e não têm poder sobre vírus. Essas medidas simples já ajudam bastante a superar o piriri em questão de dias.
Ficar de olho na hidratação é a regra número um para controlar a gastroenterite. Além da boa e velha água, aposte no soro, que pode ser feito em casa (confira abaixo) ou comprado nas farmácias – a água de coco, rica em sais minerais, também ajuda. Isotônicos, sucos, energéticos e bebidas alcoólicas são contraindicados.
Sobre a dieta, a sugestão é restringir o consumo de gordura e açúcar. Nos primeiros dias, arroz branco, batata cozida, canja e peito de frango grelhado formam um mix ideal. “Além disso, prescrevemos algumas medicações para cuidar da febre, da dor e dos episódios de vômito”, acrescenta o infectologista Daniel Wagner de Castro, do Hospital São Luiz, em São Paulo.
Se a situação não der sinais de melhora em três ou quatro dias, é bom voltar ao centro médico para ver se não há algo mais sério. A passagem pelo pronto-socorro ainda se torna necessária diante de sintomas graves, como sangue e pus nas fezes, garganta inflamada, olhos fundos, pele seca, prostração, pressão baixa e pouca vontade de urinar. “A atenção deve ser maior em crianças e idosos, que têm risco elevado de sofrer com as complicações da desidratação”, observa o gastroenterologista Carlos Frederico Porto Alegre, do Hospital Norte D’Or, no Rio de Janeiro.
Mas saiba que dá para reduzir a probabilidade de a infecção atrapalhar sua vida. “A maneira mais eficaz de prevenir as viroses é lavar bem as mãos depois de ir ao banheiro”, indica a infectologista Mirian de Freitas Dal Ben Corradi, do Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista.
Receitinha Básica
A fim de abreviar as chateações das viroses, mantenha o corpo hidratado. Nesse sentido, o soro caseiro é um santo remédio: misture uma colher de sopa de açúcar e uma colher de chá de sal em 1 litro de água. O gosto é neutro: nem doce nem salgado.
Fonte: saude.abril.com.br/medicina