Participar do mundo da criança é uma tarefa importante para aquele/aquela que cuida e educa.
Ao se envolver inteiramente com a criança você perceberá com clareza que Brincar é o Modo como a criança se relaciona com tudo. O Brincar não está fora, está dentro, é parte essencial do mundo da criança.
É através do brincar, da fantasia, do jogo simbólico que a criança cria pontes para entender o mundo ‘real’. É através do brincar que a criança começa a desenvolver seu sistema atencional.
Não se preocupe tanto em dar presentes para a criança.
Presente é bom mas tem seu tempo e lugar. Se é um ato cotidiano perde o sentido.
O mundo da criança não é o mundo da pressa, dos grandes espaços e da substituição incessante de um brinquedo por outro.
O mundo da criança é o tempo presente. Tornar o presente da criança – seu dia-a-dia – estimulante, lúdico, inteligente e rico de relações e interações amplia poderosamente a percepção da criança. Ampliar o presente da criança abre portas, janelas, estradas e desejos.
Se proponha a fazer atividades e programas que amplifiquem o presente de sua criança. Vá ao teatro, ao cinema, aos parques, museus e praças. Leia e conte histórias com ela e para ela. Construa e invente brinquedos e brincadeiras. Viaje. Viaje muito com sua criança.
O mundo da criança começa com as coisas que ela toca, vê, sente, ouve, degusta e experimenta. O mundo da criança é composto pelas relações que ela constrói com os adultos, crianças e todos os seres vivos e não-vivos com os quais ela convive.
O afeto é fundamental para tocar no imenso mundo interno que a criança tem e que precisa se expandir. É base para a construção da sua autoestima e para seu desenvolvimento emocional.
Observe bem uma criança e você perceberá que “o mundo de dentro da gente é maior do que o mundo de fora da gente”, como diz o verso da música do André Abujamra.
A escola Jasmim
A escola Jasmim, por ser um espaço privilegiado da criança, acredita que este mundo pode ser um “mundão”, pode ser um cantinho com grãos de areia, pode ser um desenho, pode ser uma bola, uma casinha de brincar, um livro, uma palavra nova; pode ser um jogo matemático, um faz-de-conta, uma dança, pode ser tudo e tanta coisa, mas não será nada se o mundo de dentro da criança estiver confuso, inseguro, uma câmara de eco do “não-pode”; se o mundo de fora não lhe permitir ser curiosa, não lhe permitir explorar o ambiente em que vive, não lhe permitir ter relações afetuosas e recíprocas, abertas para a esperança e a alegria de criar.
O mundo da criança – dentro e fora – não é único e homogêneo. Cada criança construirá, a partir de suas experiências, sua própria interpretação do mundo.
O mundo da criança é tão grande e cabe em seus sonhos. É tão pequeno e tem o tamanho da vida.
Fernando de Castro F.
Sociólogo e Diretor da Escola Jasmim.